Eu não sei o que eu posso
o que eu quero
quando encontro
o passo
o tombo
o encanto
aprisionado
amarrado
engarrafado
e lúcido
tonto
e burro
nulo
num ruído insano
fluido
virgem
encantado
donde surjo
sujo
incompreendido
imóvel
preso
nas artimanhas malditas
da inócua vida
partida
e ilusionada
perdida
quebrada.
E então grito
E então choro
E então calo
E morro.
Mas antes de morrer eu queria dizer...
Renata Gabriel
24/10/2008
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
sexta-feira, 10 de outubro de 2008
RESUMINDO
Num conta gotas
O mundo pinga
Em prantos
Caídos
Lugar
Palavra
Tamanho
Memória
Camada
Instante
Presente
Contínuo
Aprisionado num estado ameba
Memória não adormece
Rememoria
Não existe um lugar onde se começa
Não existe um lugar onde se termina
O lugar acontece a cada
tempo
escolha
Não há pacto para sempre
Tudo te ativa
Tudo te modifica
Não se reorganizar
Se desorganizar
Entrar no risco
É bom
Escuta
Não seja fiel o uma idéia
Tudo tem a mesma importância.
Renata Gabriel
10/10/2008
O mundo pinga
Em prantos
Caídos
Lugar
Palavra
Tamanho
Memória
Camada
Instante
Presente
Contínuo
Aprisionado num estado ameba
Memória não adormece
Rememoria
Não existe um lugar onde se começa
Não existe um lugar onde se termina
O lugar acontece a cada
tempo
escolha
Não há pacto para sempre
Tudo te ativa
Tudo te modifica
Não se reorganizar
Se desorganizar
Entrar no risco
É bom
Escuta
Não seja fiel o uma idéia
Tudo tem a mesma importância.
Renata Gabriel
10/10/2008
quinta-feira, 9 de outubro de 2008
RECORTE
Eu trago a questão do EU quando eu não sou mais eu e sim o outro.
O que você está pensando?
Não existe controle.
E o que muda quando algo muda?
Encontro de corpos tortos
Entranhados na estranheza
Dum coletivo individual
Um único corpo
Num corpo dividido
Como eu falo algo que eu não posso falar?
Quando todos são tudo
E o todo nada
Tudo é pouco
O coletivo não é caótico e turbulento sempre
Às vezes é excesso, mas não só
O vazio é preenchido de si
Para que todos nós estejamos, mesmo quando não estamos
Teatro é um recorte
Do que não está pronto.
Renata Gabriel
09/10/2008
O que você está pensando?
Não existe controle.
E o que muda quando algo muda?
Encontro de corpos tortos
Entranhados na estranheza
Dum coletivo individual
Um único corpo
Num corpo dividido
Como eu falo algo que eu não posso falar?
Quando todos são tudo
E o todo nada
Tudo é pouco
O coletivo não é caótico e turbulento sempre
Às vezes é excesso, mas não só
O vazio é preenchido de si
Para que todos nós estejamos, mesmo quando não estamos
Teatro é um recorte
Do que não está pronto.
Renata Gabriel
09/10/2008
JANELAS
(Num prédio de uma rua qualquer.)
Janela 1
(Fernanda e Cíntia estão se olhando.)
Cíntia: O que é que você tá pensando?
Fernanda: To achando tudo melhor que a minha blusa hoje.
Janela 2
(Luciana está tentando empilhar cadeiras. Ana olha)
Ana: O que é você tá pensando?
Luciana: Essa cadeira não tá encaixando.
Janela 3
(Estela está angustiada. Ricardo está cortando a unha do pé.)
Ricardo: O que é que você tá pensando?
Estela: Tô pensando por que você não consegue falar sério comigo.
Janela 4
(Joana está colocando seu tênis All-Star. Maria está olhando.)
Maria: Por que eu não sou amada do jeito que eu gostaria de ser amada?
(Joana não responde.)
Janela 1
Fernanda: Você não quer ir lá pra minha casa?
Cíntia: Eu não sei.
Fernanda: Não gostou da minha pergunta?
Cíntia: Não é isso. É que eu não sei mesmo.
Fernanda: Então vamos lá pra casa.
Cíntia: Você sabe o que você quer?
Janela 2
Ana: Você não vai me responder?
Luciana: Quem sabe se a cadeira 8 entra na 9?
Ana: Posso ajudar?
Luciana: Não, a cadeira 8 não entra na 9.
Ana: Você não vai olhar pra mim?
Luciana: Mas quem sabe a 9 entra na 7?
Ana: Eu só vou sair daqui quando você conseguir.
Janela 3
Estela: Fala sério comigo, Ricardo.
Ricardo (cortando as unhas do pé). Tá bom aqui... assim...
Estela: Mentira! Mentira!
Ricardo: É agradável.
Estela: Mentira!
Ricardo: Confortável...
Estela: Eu tô esperando.
Janela 4
(Joana não consegue calçar o seu All-Star.)
Maria: Hein? Não vai me responder? Por que eu não sou amada do jeito que eu gostaria de ser amada?
Joana: Tá difícil de calçar esse sapato.
Maria: Responde! Por que eu não sou amada do jeito que eu gostaria de ser amada?
Joana: Não quer entrar.
Maria: Responde, porra!
Janela 1
Fernanda: Eu só sei que to achando tudo melhor que a minha blusa hoje.
Cíntia: Isso você já falou. E o resto?
Fernanda: Que resto? (Elas escutam uma voz de fora, de uma vizinha do prédio. elas param para escutar)
Voz: Eu quero sair daqui, eu quero sair daqui!
Janela 2
Ana: Eu tô esperando.
Luciana: Acho que a cadeira 3 encaixa na 4.
(Ana apaga a luz. Luciana não reage. Continua empilhando)
Luciana: Encaixa. Pelo menos a 3 encaixa na 4
(Ana acende a luz. Luciana não reage. Continua empilhando)
Luciana: Por que a 8 não encaixa na 9?
(Ana coloca uma música bem alto.Luciana não reage. Continua empilhando)
Luciana: Deve ter alguma coisa errada...(Elas escutam uma voz de fora, de uma vizinha do prédio. Ana pára.)
Voz: Eu quero sair daqui, eu quero sair daqui!
Janela 3
Estela: Por favor, faz alguma outra coisa.
Ricardo: Por quê?
Estela: Por quê? Eu não sei .
Ricardo: Então não.
Estela: Vai ter alguma vez que você vai conseguir falar sério comigo? (Eles escutam uma voz de fora, de uma vizinha do prédio. eles param tudo para ouvir.)
Voz: Eu quero sair daqui, eu quero sair daqui!
Janela 4
Maria: Hein? Responde. Por quê?
Joana: Existem tênis mais fácies de colocar do que esses?
Maria: Fala!!!
Joana (fala bem baixo): Sai daqui, Maria.
Maria: Hein? Não ouvi. (Elas escutam uma voz de fora, de uma vizinha do prédio. Elas param tudo.)
Voz: Eu quero sair daqui, eu quero sair daqui!
Janela 1
Fernanda: Ouviu? Ela quer sair.
Cíntia: E você?
Fernanda: Eu o quê?
Cíntia: O que você quer fazer?
Fernanda: Quer saber? Eu não sei mais se quero mesmo que você vá para a minha casa.
Cíntia: Viu?É por isso que eu não entendo você.
Fernanda: Entende o quê? Entende o quê? Não tem nada pra entender!
Cíntia: Não tem?
Janela 2
(A música está bem alta.)
Ana: Ouviu? você ouviu?
Luciana: Eu não entendo por que não ta encaixando... Eu tô tentando encaixar...
Ana(tira a música): Será que você não percebe ?
(Silêncio. Luciana olha para Ana. Ana fica esperançosa. Luciana volta a empilhar as cadeiras.)
Ana: Que merda! Que merda! (silêncio) Você não ouviu nada, né? Você não sentiu nada.
Luciana: Por quê?
Ana: “Por quê” o quê? “Por quê” o quê?
Luciana: Por que as cadeiras não conseguem encaixar?
Ana: Merda!!!!
Janela 3
(Estela vai abraçar Ricardo)
Estela: Ouviu? tem alguém querendo sair...
Ricardo: Gostei .
Estela: De quê?
Ricardo: Tá bom o seu carinho.
Estela: É?
Ricardo: Eu gosto.
Estela: Saco!
Ricardo: O que foi?
Estela: Não consigo.
Ricardo: Por que tudo pra você tem que ser grande?
Estela: E por que você não fala sério comigo?
Ricardo: Continua me fazendo carinho.
(Estela faz carinho nele.)
Janela 4
Maria: Ouviu? Tem gente que fala alto lá fora.
Joana (falando baixo): Sai daqui, Maria.
Maria: Hein? Fala alto!
(Joana pega seu All-Star e joga em Maria.)
Joana: Sai daqui, Maria!!!
Maria: Fala alto Joana! Fala alto!
Joana(atirando seu All-Star com força): Sai daqui, Maria!
(Maria desce as escadas do prédio, vai para o meio da rua e grita para Joana)
Maria: Hein, Joana? Fala alto! Vai, me responde! Por que eu não sou amada do jeito que eu deveria?
Joana (da sua janela): Sai daí, Maria!!
Janela 1
(Fernanda e Cíntia ouvem Maria gritando lá de baixo.)
Maria: Hein, Joana? fala alto! Vai, me responde! Por que eu não sou amda do jeito que eu deveria?(Elas olham pela janela.)
Cíntia: Tem uma louca lá em baixo.
Fernanda: Eu vou lá.
Cíntia: Você vai me deixar aqui sozinha?(silêncio)
Fernanda: Vou.Cíntia: Mas eu não ia para a sua casa?
Fernanda: Falou bem. Ia.
(A janela 1 se fecha.)
Janela 2
(Ana e Luciana ouvem a voz de Maria na rua.)
Maria: Hein, Joana? Fala alto! Vai, me responde! Por que eu não sou amada do jeito que eu deveria?
(Ana sai correndo para ver, mas Luciana continua empilhando as cadeiras.)
Ana: E agora? você ouviu? Você ouviu?
Luciana: As cadeiras 1,2, 3 e 4 já estão empilhadas, mas a 8 não quer mesmo encaixar na 9.
Ana: Merda! Olha pra mim, olha pra mim!
(Luciana olha para Ana.)
Ana: Você quer mesmo encaixar essas cadeiras?
(silêncio)
Luciana: Não sei.
Ana: Deixa eu te ajudar?
Luciana: Não sei.
Ana: Deixa não saber.
(Ana coloca uma música. As duas dançam. A dança das cadeiras. A Janela 2 se fecha.)
Janela 3
(Ricardo e Estela escutam a voz de Maria lá de baixo.)
Maria: Hein, Joana? fala alto! Vai, me responde! por que eu não sou amada do jeito que eu deveria?
(Estela pára de fazer carinho em Ricardo e vai até a janela.)
Estela: Viu? Viu? Isso é uma grande coisa, não é?
Ricardo: Por que as coisas pra você tem que ser grandiosas?(Silêncio)
Estela: Corta as minhas unhas.
Ricardo: Vem aqui.
(Estela vai até ele, ele começa a cortar as unhas dela.)
Estela (se afastando): Eu não consigo. Desculpa.
Ricardo: Calma, tudo bem.
Estela: Fala sério comigo, Ricardo.
Ricardo: Tá tudo bem.
Estela: Eu vou embora.
Ricardo: Antes me faz um cafuné.
(Estela fica angustiada, mas acaba fazendo um cafuné em Ricardo.Fecha a Janela 3.)
Janela 4
(Joana na janela chamando por Maria.)
Joana: Maria, tá maluca? Sai daí!
(Maria lá da rua, no meio dos carros.)
Maria: Hein Joana!!! Por que??? Me responde! Por quê? Por que eu não sou amada do jeito que eu deveria ser amada?
(Maria começa falar com todo mundo na rua. Joana fecha a janela 4 e desce para encontrar Maria.)
Joana (do outro lado da calçada): Sai daí, Maria, você pode se machucar!(ela correm em direção à Maria. Maria foge)
Maria (correndo, todos na rua olha para ela): Não vai me responder? Por quê?
(Aparece Fernanda e corre até Maria)
Fernanda (para Maria): Você acha minha blusa bonita?
Maria(para Fernanda): Por que eu não sou amada do jeito que eu gostaria de ser amada?
Fernanda: Você quer ir lá pra minha casa?
Joana: Maria, volta pra casa comigo!
Maria: Eu vou pra casa dela!
(Cíntia abre a sua janela e grita para Fernanda)
Cíntia: Fernanda, eu vou!! Eu vou com você!!!
Fernanda: Primeiro em diz o que você está pensando!
Cíntia: Eu ainda não sei!
Fernanda: Então não venha!
(Fernanda sai correndo pela rua. Joana consegue agarrar Maria)
Maria: Por que, Joana? por quê?
Joana: Eu não sei, Maria. Eu não sei.
FIM.
De: Renata Mizrahi
Janela 1
(Fernanda e Cíntia estão se olhando.)
Cíntia: O que é que você tá pensando?
Fernanda: To achando tudo melhor que a minha blusa hoje.
Janela 2
(Luciana está tentando empilhar cadeiras. Ana olha)
Ana: O que é você tá pensando?
Luciana: Essa cadeira não tá encaixando.
Janela 3
(Estela está angustiada. Ricardo está cortando a unha do pé.)
Ricardo: O que é que você tá pensando?
Estela: Tô pensando por que você não consegue falar sério comigo.
Janela 4
(Joana está colocando seu tênis All-Star. Maria está olhando.)
Maria: Por que eu não sou amada do jeito que eu gostaria de ser amada?
(Joana não responde.)
Janela 1
Fernanda: Você não quer ir lá pra minha casa?
Cíntia: Eu não sei.
Fernanda: Não gostou da minha pergunta?
Cíntia: Não é isso. É que eu não sei mesmo.
Fernanda: Então vamos lá pra casa.
Cíntia: Você sabe o que você quer?
Janela 2
Ana: Você não vai me responder?
Luciana: Quem sabe se a cadeira 8 entra na 9?
Ana: Posso ajudar?
Luciana: Não, a cadeira 8 não entra na 9.
Ana: Você não vai olhar pra mim?
Luciana: Mas quem sabe a 9 entra na 7?
Ana: Eu só vou sair daqui quando você conseguir.
Janela 3
Estela: Fala sério comigo, Ricardo.
Ricardo (cortando as unhas do pé). Tá bom aqui... assim...
Estela: Mentira! Mentira!
Ricardo: É agradável.
Estela: Mentira!
Ricardo: Confortável...
Estela: Eu tô esperando.
Janela 4
(Joana não consegue calçar o seu All-Star.)
Maria: Hein? Não vai me responder? Por que eu não sou amada do jeito que eu gostaria de ser amada?
Joana: Tá difícil de calçar esse sapato.
Maria: Responde! Por que eu não sou amada do jeito que eu gostaria de ser amada?
Joana: Não quer entrar.
Maria: Responde, porra!
Janela 1
Fernanda: Eu só sei que to achando tudo melhor que a minha blusa hoje.
Cíntia: Isso você já falou. E o resto?
Fernanda: Que resto? (Elas escutam uma voz de fora, de uma vizinha do prédio. elas param para escutar)
Voz: Eu quero sair daqui, eu quero sair daqui!
Janela 2
Ana: Eu tô esperando.
Luciana: Acho que a cadeira 3 encaixa na 4.
(Ana apaga a luz. Luciana não reage. Continua empilhando)
Luciana: Encaixa. Pelo menos a 3 encaixa na 4
(Ana acende a luz. Luciana não reage. Continua empilhando)
Luciana: Por que a 8 não encaixa na 9?
(Ana coloca uma música bem alto.Luciana não reage. Continua empilhando)
Luciana: Deve ter alguma coisa errada...(Elas escutam uma voz de fora, de uma vizinha do prédio. Ana pára.)
Voz: Eu quero sair daqui, eu quero sair daqui!
Janela 3
Estela: Por favor, faz alguma outra coisa.
Ricardo: Por quê?
Estela: Por quê? Eu não sei .
Ricardo: Então não.
Estela: Vai ter alguma vez que você vai conseguir falar sério comigo? (Eles escutam uma voz de fora, de uma vizinha do prédio. eles param tudo para ouvir.)
Voz: Eu quero sair daqui, eu quero sair daqui!
Janela 4
Maria: Hein? Responde. Por quê?
Joana: Existem tênis mais fácies de colocar do que esses?
Maria: Fala!!!
Joana (fala bem baixo): Sai daqui, Maria.
Maria: Hein? Não ouvi. (Elas escutam uma voz de fora, de uma vizinha do prédio. Elas param tudo.)
Voz: Eu quero sair daqui, eu quero sair daqui!
Janela 1
Fernanda: Ouviu? Ela quer sair.
Cíntia: E você?
Fernanda: Eu o quê?
Cíntia: O que você quer fazer?
Fernanda: Quer saber? Eu não sei mais se quero mesmo que você vá para a minha casa.
Cíntia: Viu?É por isso que eu não entendo você.
Fernanda: Entende o quê? Entende o quê? Não tem nada pra entender!
Cíntia: Não tem?
Janela 2
(A música está bem alta.)
Ana: Ouviu? você ouviu?
Luciana: Eu não entendo por que não ta encaixando... Eu tô tentando encaixar...
Ana(tira a música): Será que você não percebe ?
(Silêncio. Luciana olha para Ana. Ana fica esperançosa. Luciana volta a empilhar as cadeiras.)
Ana: Que merda! Que merda! (silêncio) Você não ouviu nada, né? Você não sentiu nada.
Luciana: Por quê?
Ana: “Por quê” o quê? “Por quê” o quê?
Luciana: Por que as cadeiras não conseguem encaixar?
Ana: Merda!!!!
Janela 3
(Estela vai abraçar Ricardo)
Estela: Ouviu? tem alguém querendo sair...
Ricardo: Gostei .
Estela: De quê?
Ricardo: Tá bom o seu carinho.
Estela: É?
Ricardo: Eu gosto.
Estela: Saco!
Ricardo: O que foi?
Estela: Não consigo.
Ricardo: Por que tudo pra você tem que ser grande?
Estela: E por que você não fala sério comigo?
Ricardo: Continua me fazendo carinho.
(Estela faz carinho nele.)
Janela 4
Maria: Ouviu? Tem gente que fala alto lá fora.
Joana (falando baixo): Sai daqui, Maria.
Maria: Hein? Fala alto!
(Joana pega seu All-Star e joga em Maria.)
Joana: Sai daqui, Maria!!!
Maria: Fala alto Joana! Fala alto!
Joana(atirando seu All-Star com força): Sai daqui, Maria!
(Maria desce as escadas do prédio, vai para o meio da rua e grita para Joana)
Maria: Hein, Joana? Fala alto! Vai, me responde! Por que eu não sou amada do jeito que eu deveria?
Joana (da sua janela): Sai daí, Maria!!
Janela 1
(Fernanda e Cíntia ouvem Maria gritando lá de baixo.)
Maria: Hein, Joana? fala alto! Vai, me responde! Por que eu não sou amda do jeito que eu deveria?(Elas olham pela janela.)
Cíntia: Tem uma louca lá em baixo.
Fernanda: Eu vou lá.
Cíntia: Você vai me deixar aqui sozinha?(silêncio)
Fernanda: Vou.Cíntia: Mas eu não ia para a sua casa?
Fernanda: Falou bem. Ia.
(A janela 1 se fecha.)
Janela 2
(Ana e Luciana ouvem a voz de Maria na rua.)
Maria: Hein, Joana? Fala alto! Vai, me responde! Por que eu não sou amada do jeito que eu deveria?
(Ana sai correndo para ver, mas Luciana continua empilhando as cadeiras.)
Ana: E agora? você ouviu? Você ouviu?
Luciana: As cadeiras 1,2, 3 e 4 já estão empilhadas, mas a 8 não quer mesmo encaixar na 9.
Ana: Merda! Olha pra mim, olha pra mim!
(Luciana olha para Ana.)
Ana: Você quer mesmo encaixar essas cadeiras?
(silêncio)
Luciana: Não sei.
Ana: Deixa eu te ajudar?
Luciana: Não sei.
Ana: Deixa não saber.
(Ana coloca uma música. As duas dançam. A dança das cadeiras. A Janela 2 se fecha.)
Janela 3
(Ricardo e Estela escutam a voz de Maria lá de baixo.)
Maria: Hein, Joana? fala alto! Vai, me responde! por que eu não sou amada do jeito que eu deveria?
(Estela pára de fazer carinho em Ricardo e vai até a janela.)
Estela: Viu? Viu? Isso é uma grande coisa, não é?
Ricardo: Por que as coisas pra você tem que ser grandiosas?(Silêncio)
Estela: Corta as minhas unhas.
Ricardo: Vem aqui.
(Estela vai até ele, ele começa a cortar as unhas dela.)
Estela (se afastando): Eu não consigo. Desculpa.
Ricardo: Calma, tudo bem.
Estela: Fala sério comigo, Ricardo.
Ricardo: Tá tudo bem.
Estela: Eu vou embora.
Ricardo: Antes me faz um cafuné.
(Estela fica angustiada, mas acaba fazendo um cafuné em Ricardo.Fecha a Janela 3.)
Janela 4
(Joana na janela chamando por Maria.)
Joana: Maria, tá maluca? Sai daí!
(Maria lá da rua, no meio dos carros.)
Maria: Hein Joana!!! Por que??? Me responde! Por quê? Por que eu não sou amada do jeito que eu deveria ser amada?
(Maria começa falar com todo mundo na rua. Joana fecha a janela 4 e desce para encontrar Maria.)
Joana (do outro lado da calçada): Sai daí, Maria, você pode se machucar!(ela correm em direção à Maria. Maria foge)
Maria (correndo, todos na rua olha para ela): Não vai me responder? Por quê?
(Aparece Fernanda e corre até Maria)
Fernanda (para Maria): Você acha minha blusa bonita?
Maria(para Fernanda): Por que eu não sou amada do jeito que eu gostaria de ser amada?
Fernanda: Você quer ir lá pra minha casa?
Joana: Maria, volta pra casa comigo!
Maria: Eu vou pra casa dela!
(Cíntia abre a sua janela e grita para Fernanda)
Cíntia: Fernanda, eu vou!! Eu vou com você!!!
Fernanda: Primeiro em diz o que você está pensando!
Cíntia: Eu ainda não sei!
Fernanda: Então não venha!
(Fernanda sai correndo pela rua. Joana consegue agarrar Maria)
Maria: Por que, Joana? por quê?
Joana: Eu não sei, Maria. Eu não sei.
FIM.
De: Renata Mizrahi
quarta-feira, 8 de outubro de 2008
Seus erros param em mim
Seus erros param em mim
Seus erros param em mim.Não que eles não me atinjam. Alguns atingem, e muito. Alguns nem me atingem. Alguns, bom, eu já acostumei. É como um dente anestesiado, vc sente, mas não dói.
Mas isso não importa. O que importa é que seus erros param em mim. Entende? Eu não os propago. E, sim, estamos falando de erros. Porque tem o certo e o errado sim. Chega de falsas ideologias de liberdade, daquela idéia ultrapassada de que tudo pode. Não, não é tudo que pode. E curiosamente, tendo a achar que deveriam existir muito menos coisas proibidas no mundo. Apenas e simplesmente, regras gerais, regras qualificadas, rígidas por princípio, e não por necessidades eternamente emergenciais.
Mas o que eu quero dizer é que devemos estar atentos para não propagar o universo do errado. The dark force! Mas é isso o que eu vejo os outros fazendo, não com maldade, mas com desleixo e falta de educação. Claro, é mais fácil seguir o exemplo dos outros, seja ele qual for, do que tomar uma atitude consciente. Só que as pessoas esquecem que, querendo ou não, TODOS SEMPRE SÃO EXEMPLO.
Se isso é inevitável, se todos somos mesmo exemplo para qualquer olho externo apontado pra nós, então o que vc prefere fazer? Seguir o mal exemplo (e assim propaga-lo), ou servir de bom exemplo?
(pausa para respirar fundo)
Eu não quero dar uma de bom samaritano. Mas é assim que eu tento levar a vida. No trânsito, por exemplo. Eu tento sempre respeitar as leis de trânsito. Geralmente não custa nada. E quando eu firo a lei (é, eu também minto de vez em quando e tenho sonhos em que assassino o Bush e o César Maia de uma só vez), faço conscientemente e cheio de atenção.
Aí! Já to falando de mim de novo... Desculpe, a minha sugestão é só essa: faça esse teste no trânsito do Rio. Rola muitos maus exemplos, desde parar com o carro em cima da faixa de pedestres até barbeiragens perigosas.
E veja tb quantas vezes vc foi um bom ou um mal exemplo.
Claudio Lins
Outubro de 2008
Seus erros param em mim.Não que eles não me atinjam. Alguns atingem, e muito. Alguns nem me atingem. Alguns, bom, eu já acostumei. É como um dente anestesiado, vc sente, mas não dói.
Mas isso não importa. O que importa é que seus erros param em mim. Entende? Eu não os propago. E, sim, estamos falando de erros. Porque tem o certo e o errado sim. Chega de falsas ideologias de liberdade, daquela idéia ultrapassada de que tudo pode. Não, não é tudo que pode. E curiosamente, tendo a achar que deveriam existir muito menos coisas proibidas no mundo. Apenas e simplesmente, regras gerais, regras qualificadas, rígidas por princípio, e não por necessidades eternamente emergenciais.
Mas o que eu quero dizer é que devemos estar atentos para não propagar o universo do errado. The dark force! Mas é isso o que eu vejo os outros fazendo, não com maldade, mas com desleixo e falta de educação. Claro, é mais fácil seguir o exemplo dos outros, seja ele qual for, do que tomar uma atitude consciente. Só que as pessoas esquecem que, querendo ou não, TODOS SEMPRE SÃO EXEMPLO.
Se isso é inevitável, se todos somos mesmo exemplo para qualquer olho externo apontado pra nós, então o que vc prefere fazer? Seguir o mal exemplo (e assim propaga-lo), ou servir de bom exemplo?
(pausa para respirar fundo)
Eu não quero dar uma de bom samaritano. Mas é assim que eu tento levar a vida. No trânsito, por exemplo. Eu tento sempre respeitar as leis de trânsito. Geralmente não custa nada. E quando eu firo a lei (é, eu também minto de vez em quando e tenho sonhos em que assassino o Bush e o César Maia de uma só vez), faço conscientemente e cheio de atenção.
Aí! Já to falando de mim de novo... Desculpe, a minha sugestão é só essa: faça esse teste no trânsito do Rio. Rola muitos maus exemplos, desde parar com o carro em cima da faixa de pedestres até barbeiragens perigosas.
E veja tb quantas vezes vc foi um bom ou um mal exemplo.
Claudio Lins
Outubro de 2008
Cada coisa está sendo influenciada ou se influenciando
"Cada coisa está sendo influenciada ou se influenciando."
Olha pra mim
Senão não me mexo
Vira o rosto pra cá
Pra eu sair desse lugar
Senão pra quê?
Andar, correr
Amar, sofrer
Pra quê, pra quê
Tudo é uma questão de medo
Questão de espelho, e olha o dedo
No olho, na ferida
Na partida de futebol
Eu faço gol se tiver platéia
Tá boa, tetéia!
Não me mexo daqui nem que a vaca tussa
Sem aplauso, prefiro ver televisão
Me esparramo nesse chão
E a vida passa
Um passo seu
Muxoxo meu
E ele falou
E ela mexeu
E acelerou
Carro bateu
e num segundo
tudo se deu
Foi um aperto
Uma sensação
Abriu sinal
Todos no chão
Veio uma brisa
Que nem durou
E num segundo
tudo mudou
E eu sou você
E ela sou eu
E nós não há
Ou há
Pah!
Bateu, morreu
machucou
Adeus, adeus
Se escafedeu
Mas ainda estou aqui
E outro passo sucedeu
Olha pra mim
Olha pra mim, porra
Olha pra mim
Senão não me mexo
Vira o rosto pra cá
Pra eu sair desse lugar
Senão pra quê?
Andar, correr
Amar, sofrer
Pra quê, pra quê
Tudo é uma questão de medo
Questão de espelho, e olha o dedo
No olho, na ferida
Na partida de futebol
Eu faço gol se tiver platéia
Tá boa, tetéia!
Não me mexo daqui nem que a vaca tussa
Sem aplauso, prefiro ver televisão
Me esparramo nesse chão
E a vida passa
Um passo seu
Muxoxo meu
E ele falou
E ela mexeu
E acelerou
Carro bateu
e num segundo
tudo se deu
Foi um aperto
Uma sensação
Abriu sinal
Todos no chão
Veio uma brisa
Que nem durou
E num segundo
tudo mudou
E eu sou você
E ela sou eu
E nós não há
Ou há
Pah!
Bateu, morreu
machucou
Adeus, adeus
Se escafedeu
Mas ainda estou aqui
E outro passo sucedeu
Olha pra mim
Olha pra mim, porra
sexta-feira, 3 de outubro de 2008
Grito Mudo
Eu queria dizer
E ninguém me ouvia
Eu falava
E nunca ninguém me ouvia
Eu dizia
E ninguém nunca me ouvia
Então gritava
E porra!
Ninguém ouvia.
Renata Gabriel
02/10/2008
E ninguém me ouvia
Eu falava
E nunca ninguém me ouvia
Eu dizia
E ninguém nunca me ouvia
Então gritava
E porra!
Ninguém ouvia.
Renata Gabriel
02/10/2008
quarta-feira, 1 de outubro de 2008
Radiohead
http://uk.youtube.com/watch?v=R5X7HKxpiQA
É um vídeo antigo do radiohead.
Lembrei das frases da residência,
da estranheza, das influências, da liberdade (?), da causa e do sangue...
É um vídeo antigo do radiohead.
Lembrei das frases da residência,
da estranheza, das influências, da liberdade (?), da causa e do sangue...
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